domingo, 18 de março de 2012

"Melhores que ontem piores que amanhã"




A despeito do que podem achar os pessimistas, a violência na sociedade é muito menor do que fora no passado. Uma simples pesquisa histórica pode atestar este fato. 








Queridos alunos, leitores e seguidores...

Estava lendo uma reportagem e, pela relevância da discussão, resolvi compartilhar com vocês.
A doutora Lilian Graziano teceu comentários interessantíssimos a respeito de um livro de Steven Pinker intitulado The Better Angels of our Nature: Why Violence Has Declined.
Nessa obra, de forma resumida, defende-se a ideia de que atualmente vivemos no melhor dos tempos, visto que a sociedade é hoje menos violenta do que fora no passado.
Com tanta violência "por aí" (e suas incontáveis manifestações) - barbáries, guerras veladas ou não, genocídios, etc, etc, etc - fica muito difícil aceitarmos (ou, pelo menos, concordarmos) com a proposta de Pinker.
Selecionei, portanto, alguns trechos do artigo que fora publicado na Revista Psique para refletirmos sobre o "nosso passado" e sobre nossa "evolução" enquanto seres humanos.

Sei muito bem que o tipo de calo que mais dói é aquele que, precisamente, se aloja em nosso próprio pé. Em outras palavras, a violência mais brutal será sempre aquela que vivenciamos. Mas é necessário que, neste caso, examinemos os fatos desprovidos de paixões.
Se, na Idade Média, você perguntasse a um vizinho quantas pessoas ele matou, talvez ele não soubesse dizer. E talvez você nem fizesse tal pergunta, dada à banalidade de seu significado. Nessa época, qualquer grande desacordo era resolvido de maneira brutal.
Mas havia também uma brutalidade mais elegante. Moda na Europa durante os séculos XIII a XVII, os duelos eram utilizados como forma de resolver desavenças pessoais e até mesmo familiares, sendo usados também em casos de dívidas (o que, diga-se de passagem, torna o nosso atual SPC a quinta essência da evolução).
Ao contrário do que se possa imaginar, os duelos eram típicos das classes mais abastadas e eram também praticados (pasmem!) por mulheres.
E o que dizer a respeito do Coliseu? Hoje criticamos a violência da televisão e dos games, esquecendo-nos de que na Roma Antiga a carnificina era real. Nos primórdios da política "pão e circo", cerca de 90.000 pessoas se divertiam, assistindo aos gladiadores lutarem até a morte.
Sangue era o que não faltava no nosso passado histórico. E era consenso a possibilidade de se "lavar a honra" com ele. O curioso, é que o próprio conceito de honra era duvidoso. No Brasil colônia, por exemplo, era permitido ao homem matar sua esposa caso ela viesse a cometer adultério.
Mas vamos trazer esse olhar para um pouco mais perto de nós.
Lembro-me perfeitamente que minha professora da quarta série do antigo primário, dava "cascudos" na cabeça dos meninos que não se comportavam bem. Para os mais novos, devo uma explicação: "cascudos" são pequenos socos, dados com os nós dos dedos. Na época da minha mãe, as crianças, quando em casa, apanhavam com varas de marmelo; quando na escola, de palmatória.
Quando procuramos evidências que comprovem a tese de que atualmente vivemos num mundo menos violento, nem mesmo a Ciência escapa. Em um dos experimentos mais famosos da Psicologia, realizado em 1920, Watson demonstrou o condicionamento respondente, condicionando um bebê de apenas 11 meses a apresentar fobia de ratos brancos (e mais tarde de coelhos, cachorros, bichos de pelúcia, cabelo branco. "Uau! Descobrimos a generalização!!!")
Não sei quanto a vocês. Mas para mim evolução humana é mais do que descendermos dos macacos. É sermos hoje melhores do que fomos ontem e, (às vezes, infelizmente) piores do que seremos amanhã.

Evoluídos ou não??!! Eis a questão.

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